Vox, Christina Dalcher | Livro

Título Original: Vox
Edição ou reimpressão: 02-2019
Editora: Topseller
Autor(a): Christina Dalcher
ISBN9789898917584
Sinopse: Estados Unidos da América. Um país orgulhoso de ser a pátria da liberdade e que faz disso bandeira. É por isso que tantas mulheres, como a Dra. Jean McClellan, nunca acreditaram que essas liberdades lhes pudessem ser retiradas. Nem as palavras dos políticos nem os avisos dos críticos as preparavam para isso. Pensavam: «Não. Isso aqui não pode acontecer.»
Mas aconteceu. Os americanos foram às urnas e escolheram um demagogo. Um homem que, à frente do governo, decretou que as mulheres não podem dizer mais do que 100 palavras por dia. Até as crianças. Até a filha de Jean, Sonia. Cada palavra a mais é recompensada com um choque elétrico, cortesia de uma pulseira obrigatória.
E isto é apenas o início.

Opinião: 
Olá leitores! Hoje trago-vos a opinião de um dos livros que eu mais ansiava ler, quando soube que ia ser lançado em Portugal. 

Voz é um livro que se passa num futuro (talvez próximo do nosso, esperemos que não) nos Estados Unidos da América.
Na história o inesperado acontece e após a eleição de um governa de extrema-direita ultraconservadora as mulheres perdem a sua voz na sociedade. O governo decreta que as mulheres podem dizer um máximo de 100 palavras por dia, contadas por uma pulseira, que não e mais do que um contador de uso obrigatório. Caso desrespeitem esta regra serão presenteadas com choques, que aumentam a intensidade a cada palavra a mais dita. Em pouco tempo, perdem muito mais do que a sua voz, perdem a sua independência. São impedidas de trabalhar e o seu único dever é ficarem em casa a tomar conta das crianças e da casa. Não só as mulheres adultas tem esta regra, mas também as crianças, por isso na escola as meninas deixaram de aprender a ler e escrever, ficando-se só pelos números.
...as três áreas fundamentais do ensino - leitura, escrita e aritmética - ficaram reduzidas a uma: aritmética simples. Afinal, um dia, esperar-se-ia da minha filha que fizesse compras e gerisse um lar. Que fosse uma esposa dedicada e obediente. Precisaria de matemática para isso, mas não de ortografia. Não de literatura. Não de uma voz.

No entanto a meio da história um trágico acidente acontece e o irmão do presidente tem agora uma grave doença para enfrentar. Dr Jean McClellan é uma das poucas cientistas especializadas naquela doença em especifico e como tal é autorizada a trabalhar e é-lhe retirado o contador do pulso. 
É a partir deste momento que a história muda de objetivo, como se o foco principal fosse sendo deixado para segundo plano pouco a pouco. 

Eu estava a adorar o livro e toda a mensagem que este nos estava a passar, no entanto o final, que deveria encerrar bem a história que tanto nos ensina foi o maior desastre. Escrita à pressa e com um fim que é demasiado rápido e fácil, sem resolver muitos dos problemas que os livro nos trás.

Mas tirando este final, todo o livro me tocou e mexeu comigo. Vox retrata uma sociedade extrema e hipotética, mas na qual é impossível não fazer ligações com o nosso mundo. Este sentimento ficou mito agarrado à minha mete logo no princípio do livro com a Dra. Jean a debater-se consigo própria por não ter ido até às urnas, nem ter contribuído em quaisquer manifestações. 
 A minha culpa começou duas décadas antes, nas primeiras eleições em que não votei, nas inúmeras vezes que disse à Jackie que estava demasiado ocupada para participar numas das suas marchas, para fazer cartazes ou para ligar para o meu congressista. 
Pensarmos que por não tomarmos estas pequenas atitudes pode mudar a vida de todas nós é algo que me deixa extremamente assustada. E existem já alguns exemplos pelo mundo fora que nos fazem ver que estas atitudes que não tomamos nos estão a fazer regredir na sociedade e que invés de vivermos num mundo justo e de igualdade sexual  estamos a voltar ao tempo que as mulheres não tinham direito. Claro que não de uma maneira tão abrupta como no livro, mas em pequenos passos. 

Agora pensem mulheres e homens, porque é necessário que todos se unam e atuem em conformidade. É necessário ir às urnas e não deixar que tomem decisões por nós. 
Imaginem-se a terem de passar um dia a dizer um máximo de 100 palavras, quando, segundo estudos, costumamos dizer em média 16 mil palavras por dia. É assustador pensar nisto a um dia, imaginem durante anos. 
Esta é a maior mensagem que tiramos do livro e é precisamente que aconselho todas as pessoas a lê-lo e a tirarem esta mensagem por si próprias. 

Para finalizar, tenho só a dizer, que embora passe uma mensagem tão importante é um livro de leitura fácil. A linguagem é bastante acessível e o facto de ter capítulos pequenos, de 3 ou 4 páginas facilita muito a leitura. O mais difícil é termos de lidar e processar com algumas situações que nos são apresentadas e que realmente custa pensar em pessoas a sofrer assim. 

Classificação: 4,5/5⭐



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